terça-feira, 14 de junho de 2011

Opinião - Saúde pública

O Sistema Único de Saúde (SUS), é um sistema capaz de provocar, na teoria, inveja aos cidadãos de países desenvolvidos como os Estados Unidos. Universalizar o atendimento médico gratuito, e ainda cuidar da prevenção, é coisa que nossos colegas do norte parecem não conseguir aceitar até hoje. Nosso revés já é outro. Embora a Constituição assegure direito à saúde, a situação no atendimento público é caótica.


Um dos maiores hospitais do Nordeste, o Instituto José Frota, de Fortaleza, apesar de receber mais de 150 milhões de reais por ano, sofre com problemas de super-lotação, estrutura e pessoal. Neste ano, já houve incêndio, corte de material cirúrgico e troca da chefia. Enquanto a Prefeitura tem suas diversas justificativas - algumas até plausíveis -, o fato é que a população continua enfrentando os velhos problemas.


E, como vem sendo demonstrado ultimamemente, não só a população. Os servidores da saúde entraram em greve e, como mostra a entrevista com a enfermeira Lígia Coimbra, estão bastante insatisfeitos com suas condições de trabalho. Submetidos a uma rotina exaustiva e, algumas vezes, perigosa, têm reivindicações bastante justas a fazer, uma vez que a remuneração não corresponde ao serviço.


Os enfermeiros e odontólogos em greve ainda provaram que não estavam tirando férias, e sim, lutando pelos direitos. No dia 27 de maio, organizaram atendimentos básicos na Praça do Ferreira. Os profissionais pedem reajuste salarial de 18% e melhores condições de trabalho.


A Prefeita Luizianne promete inauguração de muitas obras até o final do seu mandato, mas não parece estar sendo tão competente assim ao cuidar das pessoas, o que prometia ser uma das marcas de sua gestão. É bom tomar bastante cuidado, porque, ao invés das tão prometidas obras e melhorias, seu legado pode ser apenas que o fortalezense não vote na “esquerda” - ou na esquerda sem aspas - por algumas eleições.

Por Camila Mont'Alverne

Um comentário:

  1. Os problemas na área de saúde pública são de extrema importância e pouco comentados pela parcela da população que não utiliza.

    Infelizmente, grande parte acha que só vale a pena discutir os problemas que os afetam diretamente.

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