quarta-feira, 18 de maio de 2011

Entrevista com o presidente do Sindiônibus


Dimas Barreira
 Em entrevista concedida por e-mail, Dimas Barreira, presidente do Sindiônibus, diz que "não houve melhoria condicionante para o aumento da passagem, uma vez que ele simplesmente contemplou os custos atuais e nenhum investimento extra".


 Informar: Quais foram as motivações (todas), para o aumento       da passagem de ônibus para dois reais?

Dimas Barreira: O sistema de transporte público precisa estar equilibrado para garantir a manutenção dos investimentos e do serviço em si. Para aferir isso é utilizada uma equação complexa que contempla a variação dos custos de insumos, investimentos e mão de obra. Porém, principalmente, também capta as variações nos volumes de oferta e de demanda, que, via de regra, têm maior impacto no custo unitário por passageiro (valor da tarifa pelo serviço, a passagem).


Informar: Qual a porcentagem do dinheiro arrecadado com as passagens que é repassada para a manutenção dos ônibus?


 Dimas: O custo com peças, acessórios e serviços de terceiros em manutenção tem uma razoável flutuação mensal, mas costuma ficar abaixo de 10% do custo total. Também depende do volume de investimentos da empresa em renovação de frota, treinamento de motoristas e mecânicos, topografia e conservação de pavimentos na sua área de atuação. Ainda, é importante destacar que neste custo não estão incluídos os custos de mão de obra e estrutura de manutenção, que varia bastante de empresa para empresa, a depender das estratégias adotadas pela empresa.

Posse terá vigor de 2011 a 2014
                                                                          Fonte: Cepimar

Informar: De quanto em quanto tempo é feita a manutenção dos ônibus?

Dimas: Também depende do que a empresa adota, mas é possível afirmar que as empresas trabalham com revisões preventivas, parando os veículos em períodos quilométricos determinados, variando de 10.000 a 25.000 quilômetros, a depender de qual revisão deve ser realizada, idade do veículo e modelo de manutenção adotado pela empresa.




Informar: Quais as melhorias que foram implantadas após o aumento da passagem?

Dimas: Não houve melhoria condicionante para o aumento, uma vez que ele simplesmente contemplou os custos atuais e nenhum investimento extra. Porém, houve investimentos recentes em atualizações tecnológicas, como upgrade do sistema de bilhetagem e sistema de comunicação operacional embarcado (ambos em fase de implantação). Também está funcionando, ainda em caráter mais tímido, mas importante como período de avaliação para expansão, a Hora Social, que permite descontos que possam atrair pessoas a mudarem seus hábitos em termos de horários, utilizando o sistema em horários não saturados, ou seja, fora dos horários de pico, quando há demanda acima da capacidade do sistema.


Informar: Quais melhorias estão sendo planejadas?
 
Dimas: Os investimentos e a busca por melhorias são incessantes. Temos uma grande equipe de engenheiros e técnicos dedicados exclusivamente a isso. O que acontece é que temos conseguido mais anular os efeitos negativos do travamento do trânsito que melhorias propriamente ditas. Mas as melhorias também existem, e há vários casos de linhas que tiveram seus trajetos modificados, frotas expandidas etc, conseguindo em alguns dos casos resolver dificuldades que já eram históricas e aparentemente insolúveis.
 
Informar: Há uma consulta popular sobre a qualidade dos ônibus? E de quanto em quanto tempo ela é feita?

Dimas: A última pesquisa de satisfação que fizemos foi em 2008 e já deveria ter havido outra, que atrasou. Realizaremos uma em 2011 e a periodicidade programada é bianual.


Informar: Quais as maiores reclamações quanto a qualidade do transporte público e quais foram atendidas e quais não? e Por quê?
                                                Fonte: meutransporte

Dimas: As maiores reclamações têm sido, disparadamente, consequência da constante queda na velocidade operacional e irregularidade do trânsito. Engarrafamentos, falta de prioridade de tráfego ao transporte coletivo, viagens cada vez mais lentas e lotadas, falta de pontualidade nos horários de pico, queimas de paradas por motoristas em elevado estado de estresse etc. Tudo isso é captado pela equipe e há expedientes que são adotados com o objetivo de resolver ou minimizar o problema imediato e também de buscar soluções definitivas, apesar de que a maioria delas não dependa das empresas operadoras ou do Sindiônibus.


EXPEDIENTE
Entrevista: Beatriz Cavalcante
Edição Beatriz Cavalcante
Fotografia: Twitter do Dimas Barreira, Arquivo do site Cepimar, Arquivo Blog Meu Transporte
Edição: Renan Campêlo e Tamara Lopes

Links relacionados:
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Lucro para empresários e sucata para população
Polêmica no processo de transição das carteiras de estudante em 2011

5 comentários:

  1. Bom dia, meninos!

    Vocês entenderam e realizaram muito bem o processo de interligar as informações para que a matéria tenha uma apuração mais aprofundada. Os links estão bem postos, garantindo uma conexão entre as informações.

    A única ressalva que faço é no tamanho da fonte. Estou achando pequena... Lembrem-se de que há internautas que têm dificuldades de visão. Temos que buscar ser o mais acessível possível, ok?

    Por fim, continuem a apuração com as pautas já pré-definidas ontem.

    abraços e boa sorte!

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  2. Resumindo: a gente aumentou a passagem, mas num vai ter melhoria não. Tudo o que a gente precisa, né.

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  3. Gostei da entrevista. Porém, acho que o texto está muito longo...

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  4. é Jully, ficou grande, mas a entrevista foi colocada na íntegra por orientação da professora.

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  5. sim, ele fala dos custos de manutençãodos tranosportes para justiciar o aumento das passagens, mas no cotidiano o usuário não percebe nenhuma melhoria.

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